Há muitos filmes de ficção que parecem nascidos de fatos verídicos. Quando terminamos de assistir a determinados filmes, chegamos mesmo a duvidar que tal história nunca tenha existido. Os papéis foram tão bem interpretados, a música casava-se perfeitamente com as cenas, a iluminação e as paisagens onde ocorreram as filmagens chegavam a beirar a perfeição. Cada gesto e expressão facial dos atores expressavam uma verdade que poderia enganar a pessoa mais esperta.
Essa realidade dos filmes de ficção é vivenciada por muitas pessoas que criam para si mesmas verdadeiros roteiros de um mundo que não existe. Nessa trama que compõe o roteiro de suas vidas, as pessoas ganhariam facilmente o Oscar de melhores atores e atrizes.
É complexo definirmos quando começa o processo de criação de um roteiro de ficção na vida. Geralmente, ele é desenvolvido a partir de uma grande dor ou de uma perda. Interessante notarmos que os grandes roteiros de ficção começam, justamente, a partir de um acontecimento marcante na vida.
Quando a pessoa se torna incapaz de viver a realidade de suas dores e traumas, ela cria um mecanismo que irá desenvolver em seu sistema psicológico realidades ficcionais. Criam para si um papel que não existe na realidade. Interpretam de maneira tão sofisticada aquilo que acreditam que é preciso muita perspicácia para descobrir onde termina a verdade e onde começa a ficção.
É preciso cuidado nestes papéis que vamos assumindo ao longo do nosso roteiro existencial. Alguns atores acreditam que não são amados e vivem em um mundo que não tem mais sentido para eles. Perderam o roteiro principal da vida, no qual foram criados para amar e serem amados. Assumiram um personagem que não representa a verdadeira realidade da vida.
Somos protagonistas do mundo que criamos para nós mesmos. Nas tramas da vida, o melhor Oscar que podemos receber é o de sermos protagonistas do amor.
* É perigoso isso, não acham???!!!
Posted by Dulce Morais on 6 de fevereiro de 2014 at 17:18
Manoel,
Quando a realidade se torna tão difícil de suportar, a ficção permite sobreviver. É um mecanismo natural. É como o corpo que “desliga” de uma dor demasiado grande entrando em coma.
O problema situa-se, na minha modesta opinião, no facto de detectar mas sobretudo ajudar quem atravessa uma dessas situações. Notei que, na maioria dos casos, essas pessoas em sofrimento são alvo de criticas e julgamentos por parte dos que os rodeiam e da sociedade porque “inventam”, “mentem” ou “iludem”. Na realidade, eles só tentam (sem sucesso), iludir-se a si próprios…
Grande abraço!
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 6 de fevereiro de 2014 at 23:13
Dulce, espetacular esse seu comentário. Se pensarmos numa tortura psicológica… meu Deus!
Nossa, Dulce. Parabéns por ter tocado nesse ponto. Acho muito importante uma reflexão sobre essa situação.
Muito bom tudo isso.
Um abraço grandão!
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Posted by Romina Horita on 22 de janeiro de 2014 at 20:30
E eu tô vivendo um dramalhão nesse exato momento rs
E não tem nada de ficção rs
KIsu!
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 23 de janeiro de 2014 at 13:39
Bah, aí é complicado. As realidades muitas vezes doem! Boa sorte nas melhoras.
Kisu carinhoso!
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Posted by Cris Campos on 14 de janeiro de 2014 at 17:50
Penso que quanto mais nos conhecemos, mais temos a descobrir, somos e guardamos em nós vários “eus” e vamos ao longo da vida desvendando cada um deles. Mas nem sempre trata-se de personagens, são apenas extensões que só conhecemos quando chegamos até elas. Gr. Bj. Manô!
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 14 de janeiro de 2014 at 19:29
Cris, muito legal o seu ponto de vista. Eu até diria que as reações de situações novas determinam esse novo reagir que não conhecíamos em nós. Gostei dessa sua pensada!
Grande beijo,
Manô
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Posted by Lunna Guedes on 8 de janeiro de 2014 at 0:35
Bem, eu assumo ser personagem meu caro já há algum tempo, mas não quero o oscar, esse eu deixo para os outros, quero pra mim a alegria de estudar esse personagem e perceber sua intempéries. rs
bacio
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 8 de janeiro de 2014 at 0:49
Lunna, na MINHA opinião, você tem toda a razão e o mais importante é estudar o personagem e moldá-lo de acordo com os BONS ventos que resultam da experiência com as intempéries.
bacio
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Posted by Olivia Alves on 7 de janeiro de 2014 at 12:20
Bom texto!
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 7 de janeiro de 2014 at 21:28
Olívia, que bom você ter gostado.
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Posted by Frasco de Memórias on 7 de janeiro de 2014 at 9:50
Muito bem visto!
Também fiquei a reflectir acerca dos meus papéis…
E quero o melhor Oscar: protagonista do Amor!
Ana
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 7 de janeiro de 2014 at 21:42
Ana lindo o seu comentário. Acaba de ganhar o Oscar, com certeza.
Um beijo
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Posted by Lola Maria on 7 de janeiro de 2014 at 8:23
Manoel,
A pura verdade. São tantos personagens, vidas fictícias e máscaras que assumimos… Mais o mais triste para não dizer sombrio que muitas vezes nos adequamos chegando muitas vezes a abdicar, em alguns momentos, do que realmente somos para conquistar a tal “boa imagem” diante dos olhares alheios.
E na verdade verdadeira de pessoas que não tem a minima importância em nossas vidas.
beijos e to te devendo a resposta do e.mail…
Lola
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 7 de janeiro de 2014 at 22:00
Lola, é verdade. A pessoa acaba sendo ator ou atriz a vida toda. Isso fica mais fácil na amizade virtual. Por isso é que eu acho que conviver com uma pessoa é muito importante. A gente tem que ver a pessoa acordar, sem maquiagem, com “remela” nos olhos e entender que a vida é isso e amar essa pessoa acima de tudo isso. Amar suas manias, suas irritações, suas incertezas,…, enfim estar sempre com o ombro disponível para ela recostar a cabeça e se ela for do tipo “pavio curto” estar preparado para as “ressacas” de mau humor, kkk!
Você não deve nada de resposta para mim. Escrevi que só se você estiver sem dor nenhuma você escreve. Se tiver muita vontade, escreva duas linhas. Já fico feliz. Eu quero é vê-la bem.
Um beijo no coração
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Posted by A menina cos(z)e? on 7 de janeiro de 2014 at 5:15
Muito interessante, Manoel. Obrigada pela partilha. 🙂 Beijo
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 7 de janeiro de 2014 at 22:42
Joana, fico feliz por você ter gostado. 🙂
Um beijo
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Posted by Paula Oliveira on 7 de janeiro de 2014 at 1:30
Amigo, que abordagem excelente e o pior é notar que ocorre com mais frequencia do que imaginamos. Ao mesmo tempo, o ser humano por si só tem mesmo varios eus. É uma linha tenue entre o normal e o irreal.
Beijos
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 7 de janeiro de 2014 at 22:50
Paulinha, minha amiga fofinha. Esses vários eus é que tem que ser muito bem pensados. Já pensou você acordar e ter que decidir com qual “máscara” vai sair hoje?! kkk! É um absurdo, mas…
Um beijo no coração da grande amiga,
Manô
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Posted by marielfernandes on 6 de janeiro de 2014 at 21:21
Sensacional o ponto de vista. Estou aqui, refletindo quais são as máscaras e papeis que assumo e pra que ou quem eles servem. Super bom
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Posted by Blog do Óbvio - Manoel on 6 de janeiro de 2014 at 21:33
Mariel, kkk! Pior é que é assim mesmo. A gente ensaia uma representação para uma entrevista de emprego e dá certo. De repente a gente gosta e incorpora aquilo… aí vira “fake”, kkk!
Valeu, Mariel.
Uma ótima semana para você
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